quinta-feira, 27 de maio de 2010

Evolua, cresça, viva!


Existe um processo normal da psicologia humana que faz com que o homem procure uma razão que legitime seu modo de proceder. Porém essa busca nem sempre é honesta e correta, mas como se podem qualificar as razões que justificam as atitudes do homem?

Há valores que independem da religião e de certo modo até mesmo da cultura, visto que nada pode ser mais importante do que a vida e a dignidade da pessoa humana. Esse pode ser um parâmetro para se qualificar as razões que impelem um homem a agir. O fluxo normal para a tomada de decisão parte de um motivo, uma razão, fruto do caráter da pessoa que a leva a tomar determinadas atitudes conforme a situação pode exigir, mas esse processo não garante que a decisão tomada seja a correta.

Porém um grande problema atual é a inversão do fluxo de tomada de decisão, as ações e atitudes já foram escolhidas, mas é preciso de uma razão que as legitime para que haja uma coerência entre o que eu penso e o que eu faço. Isso é maquiavélico, os fins justificam os meios. Com isso podemos continuar agindo das piores formas possíveis porque sempre pode se encontrar um motivo para a minha ação.

Nessa situação o problema não se resume somente ao mal que é feito ao próximo, mas a primeira vítima e maior prejudicado dessa forma de ser é o próprio indivíduo que age assim. Esse prejuízo se dá porque a pessoa não consegue amadurecer, não consegue encontrar consigo mesmo, e com isso não consegue ter uma vida autêntica, ser protagonista de sua própria existência.

Jung afirma que as pessoas que estão destinadas a viver autenticamente, ou seja, viver de verdade, precisam encontrar com o Si-mesmo. Esse encontro promove uma verdadeira revolução na psique humana porque o indivíduo passa a ser o senhor das suas ações e das suas emoções. Mas porque abordar essa temática quando está sendo tratado sobre as razões que levam o ser humano a agir?

Para se encontrar com o Si-mesmo é preciso enfrentar todas as fraquezas humanas, é preciso enfrentar tudo o que está na sombra do inconsciente. Durante a infância coloca-se tudo aquilo que não se quer ser nessa sombra, é um processo normal da formação do ego humano. Porém na idade adulta esses fatos precisam ser encarados e resolvidos para que se tenha uma vida autêntica.

Quando não se encaram esses fatos a pessoa pode ser tomada a qualquer momento pelo inconsciente e com isso as atitudes irracionais podem muitas vezes parecer as mais racionais, e com isso se busca o motivo para legitimar as ações que na maioria das vezes egoístas e "burras".

Para se ser um homem integrado, com autodomínio, com os pensamentos serenos e atitudes racionais é preciso se enfrentar tudo aquilo que, muitas vezes, pela projeção se percebe no outro e é o que está errado no próprio indivíduo. Com isso há pelo menos duas atitudes possíveis, procurar uma razão para agir duramente contra a pessoa na qual se projeta a sombra ou então encarar e buscar resolver esse conflito que há em na própria pessoa.

O que leva a agir, é o que dá sentido a vida, se não se sabe o que motiva as ações, se não se conhece e enfrenta os fantasmas que habitam a psique humana, se não se busca conhecer "quem eu sou verdadeiramente", pode-se afirmar que se vive?

A vida é mais do que a busca de razões para legitimar as atitudes, a vida é muito mais do que julgar nos outros o que precisa ser mudado no próprio indivíduo, a vida é muito mais do que se pode dizer a respeito dela.

Enfrente seus fantasmas, não julgue, não se contente ficar no banco de reservas do jogo que é a sua vida, questione seus motivos e encare quem você é realmente. Evolua, cresça, viva!

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