segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mais do que mitos...

Quando se estuda criticamente sobre as diferentes mitologias antigas é perceptível que diferentes povos, em diferentes épocas e localidades distantes, basicamente, buscam as respostas para as mesmas perguntas. A que podemos atribuir essa possível coincidência?


Conhecendo-se diferentes pessoas podemos perceber o quão diferentes umas são das outras. E as diferenças se acentuam ainda mais nos tempos antigos, afinal de contas não eram poucas as civilizações que viviam isoladas. Porém mitos de povos que nunca tiveram contato entre si revelam que ambos sempre buscaram saber de onde vieram, como tudo foi criado, para onde iriam, enfim as mesmas dúvidas que hoje boa parte das pessoas também carregam. Esses questionamentos são como que inerentes a natureza humana.


A necessidade por essas respostas inquieta o ser humano porque todas as pessoas precisam saber com rigor a que se aterem, todos precisam de uma certeza radical e universal, a partir da qual possam viver e ordenar numa perspectiva hierárquica as outras certezas particiais1. Por isso, basicamente, todas as pessoas possuem as mesmas perguntas e inquietações.


A essa altura não se pode deixar de fazer a seguinte pergunta, ou todos os seres humanos não são tão diferentes o quanto se pensa e por isso todos tem as mesmas inquietações, ou existe um artífice que conduz todos os homens na mesma direção?


Essa convergência não pode ser uma simples coincidência. Considerando todas as diferenças culturais e históricas seria estranho que todos os homens possuam as mesmas e necessárias dúvidas.


É bem claro como que existe algum Ser, um Deus, Aquele que É, que move os corações em apenas uma direção. É o próprio Deus que coloca no coração humano a sede da Verdade2.


Os mitos apontam para além de si mesmos, remetem a essa necessidade antiga e atual da criatura estar junto de seu Criador. São essas dúvidas que ainda hoje movem as pessoas na direção dessa resposta, que é uma certeza, mas acerca daquilo que não se vê3, e com isso o que para o cientificismo é uma atitude irracional por não possuir uma prova cientifica, torna-se fonte de paz e alegria para os crentes. Afinal de contas a fé não é apenas um mito, mas a confiança de que talvez não serão respondidas todas as dúvidas, e mesmo assim continuará havendo uma certeza radical e universal na qual cada homem poderá se ater.

1Cf. MARIAS, Julián. História da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2004. p.04
2 Cf. AGOSTINHO, Santo. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p.142
3 Hebreus. Português. In: Bíblia sagrada. Ave Maria. 11,01. N. T.



2 comentários:

  1. É meu amigo mais um texto que nos tira da comodidade e nos faz, além de pensar, dar respostas as nossas inquietações. Acredito, piamente, que a fé, mesmo incompreensível, é a única certeza que nos impulsiona a ir adiante. Bom, ter essas leituras, no deserto que as vezes nos encontramos. Valeu! Esse seu texto...FALOU COMIGO!

    Fabio Soares

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  2. Fala comigo! rs
    Bom texto... Toh vendo q a ciência do saber tá mexendo com vc! Gostei a citação de Agostinho, ficou interessante e bem menos pesado do que aqueles velhos chavões qur diz que "só Deus salva" ou "Jesus é a única verdade". Não que Deus não salva e; não que Jesus não seja a verdade. Mas as vezes é melhor dar pistas da verdade, como alguém que tbm está a procura, ao invés de encerrar o assunto.
    Isso aí cara... Toh querendo voltar a ser blogueiro... rsrs.

    Abração... Falei contigo!
    Com Deus!

    Pedro Jr.

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