domingo, 18 de outubro de 2009

Afinal de contas, quem é o jovem brasileiro?

















Ser jovem no Brasil é viver em uma peça teatral, em uma encenação? Grande parte da juventude brasileira apesar de suas diferenças tem muito em comum, mais do que muitos imaginam, a maioria está sendo ludibriada por um sistema dominador.
O sistema que tenta dominar os jovens é composto por indivíduos que visam o controle político e econômico da sociedade facilitado pela ausência de uma cultura verdadeira e de um pensamento racional. O jovem que adere a triste e pobre cultura de massas tão difundida atualmente é facilmente enganado, no presente e na idade adulta, e passa a viver uma ilusão.
A ilusão demonstra-se pelo alienamento de muitos jovens aos problemas nacionais. Quando pessoas maduras lembram dos movimentos estudantis elas não estão apenas saudosistas, mas estão tristes pelo fato da maioria da juventude atual aceitar passivamente as mazelas sociais.
Não se pode discriminar aqueles que entram na onda da cultura massificada, que é de péssima qualidade. O funk, o axé, o pagode e outros tipos de música poderiam até ter qualidade, desde que fossem feitos para despertar o raciocínio e a valorização do humano, mas as “nádegas” são eficazes meios de propaganda desses gêneros musicais e o que “sai pelas nádegas” é o resultado dessa cultura que domestica jovens para a exploração pelo capitalismo selvagem.
O jovem que vive enganado pela cultura de massas não consegue discernir bons políticos dos corruptos, não sabe o que é um sistema econômico, mas criticam todos os aspectos do socialismo e vivem escravizados por um capitalismo desumano, vendem votos e ficam sem amparo governamental.
No Brasil os membros do sistema de dominação criaram uma receita para formarem o jovem, criam uma força de trabalho barata e irracional, que desconhece seus direitos. A juventude aculturada preocupa-se com o consumismo inútil e desenfreado, atenta-se a realização de anseios pessoais e esquecem que vivem em sociedade onde o foco deveria ser o coletivo. Em um país tão rico qual seria o motivo para uma educação pública de péssima qualidade?
Ser jovem no Brasil é extremamente complexo, por um lado à maioria inescrupulosa, irracional e domesticada e do outro uma minoria impermeável aos desmandos e preconceitos de uma sociedade que os discrimina por viver fora da ilusão, fora do “sonho das nádegas perfeitas”.
O jovem brasileiro, em sua maioria, não é nada ou melhor é apenas um catalisador da exploração do homem pelo homem. Talvez a utopia seja vivida pela minoria que alimenta a esperança de um dia voltar a ver o jovem independente, os “caras pintadas” nas ruas lutando contra a corrupção e que sonha que um dia exista uma cultura rica para todos. Que a identidade nacional não seja resumida a dez fotos da revista “Play Boy”, que o maior patrimônio do Brasil não seja as ”bundas” e que o Brasil tenha uma juventude, uma população, que realmente mereça ocupar esse território tão rico.

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